Portugal nos séculos XV
e XVI
O Mundo conhecido no século XV
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No
início do século XV, o conhecimento que os europeus e os portugueses tinham do
Mundo era muito limitado.
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Desconhecia-se
a existência da América, da Oceânia e da Antártida. Apenas se conhecia parte do
Oceano Atlântico e do Índico, desconhecendo-se que estes oceanos comunicavam
entre si.
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Acreditava-se
que a Terra era plana e num conjunto de mitos e lendas sobre a existência de
monstros marinhos e seres fantásticos que habitavam os mares e territórios
desconhecidos. O mito do Mar Tenebroso era um dos mais conhecidos.
Motivações e condições da expansão
portuguesa
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D.
João I e todos os grupos sociais estavam interessados na expansão pelos
seguintes motivos:
o
Para
o rei era um meio de reforçar a sua
autoridade, prestígio e resolver os problemas económicos de Portugal;
o
Para
o clero era uma forma de expandir o
Cristianismo, convertendo outros povos;
o
Para
a nobreza, constituía uma
possibilidade de conquistar novas terras e obter mais cargos e títulos;
o
Para
a burguesia, a expansão dava a
possibilidade de ter acesso a novos produtos, aumentando os seus lucros com o
comércio;
o
Para
o povo, era uma oportunidade para
melhorar as suas condições de vida.
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A
expansão marítima portuguesa também beneficiou de um conjunto de condições
favoráveis:
o
geográficas – Portugal tem uma longa costa
marítima e situa-se muito próximo do continente africano;
o
históricas – Os portugueses tinham grande
experiência marítima, pois muitos deles eram pescadores ou marinheiros
habituados à navegação no Atlântico e no Mediterrâneo;
o
políticas – Portugal atravessava um período de
paz e de estabilidade política;
o
técnicas e científicas – os portugueses sabiam utilizar
instrumentos de orientação como o astrolábio e a bússola.
A conquista de Ceuta
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A
expansão portuguesa iniciou-se em 1415
com a conquista de Ceuta, no norte de África.
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Foram
vários os motivos que levaram os portugueses à conquista de Ceuta:
o
a
sua localização geográfica, junto ao Estreito de Gibraltar, permitia controlar
a navegação entre o Atlântico e o Mediterrâneo;
o
a
existência de extensos campos de cereais em redor da cidade;
o
a
Ceuta chegavam rotas comerciais com produtos do Oriente (sedas e especiarias) e
do interior africano (ouro);
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A
conquista de Ceuta foi um sucesso militar, mas, rapidamente, tornou-se num
fracasso económico:
o
os
campos de cereais foram destruídos;
o
as
rotas comerciais foram desviadas pelos muçulmanos;
o
a
cidade passou a ser constantemente atacada pelos muçulmanos, o que tornou a sua
defesa muito difícil e dispendiosa.
A expansão portuguesa no século XV
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Devido
ao fracasso económico da conquista de Ceuta, os portugueses deram um novo rumo
à expansão: as descobertas marítimas.
O Infante D. Henrique foi o grande
impulsionador e quem teve a responsabilidade da organização das viagens
marítimas.
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As
primeiras descobertas ocorreram no Oceano Atlântico. Em 1419, João Gonçalves
Zarco e Tristão Vaz Teixeira chegam à Madeira e, em 1427, Diogo de Silves
descobre as primeiras ilhas dos Açores.
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A
passagem do Cabo Bojador por Gil
Eanes, em 1434, foi muito importante, porque permitiu acabar com o mito do Mar
Tenebroso e abriu caminho para a exploração da costa ocidental africana ao
longo do Atlântico.
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Em
1481, D. João II subiu ao trono e
definiu um objetivo principal para a expansão marítima portuguesa: chegar à
Índia por via marítima, contornando o continente africano. Para tal, tomou as
seguintes medidas:
o
envio
de exploradores através do continente africano (Afonso de Paiva e Pêro da
Covilhã) com o objetivo de confirmar a localização da Índia e do Oceano Índico;
o
continuar
as viagens marítimas para sul, explorando a costa ocidental africana.
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Em
1488, Bartolomeu Dias conseguiu
passar o Cabo das Tormentas, que passou a chamar-se Cabo da Boa Esperança por passar a haver a possibilidade de chegar
à Índia por mar. Além disso, provou-se que existia ligação entre os oceanos
Atlântico e Índico.